Muhammad Ali
Morria, em 3 de junho de 2016, um dos ícones do boxe, do esporte mundial e da luta contra o racismo. Quatro anos e seis meses antes, escrevíamos esse texto sobre os 70 anos de Cassius Marcellus Clay Jr, mais conhecido como Muhammad Ali. Nunca fomos muito fãs de esportes de luta, mas não há como negar a importância desse atleta.
Foi em Louisville, Kentucky (EUA), que em janeiro de 1942 nasceu Cassius Marcellus Clay Jr, que mais tarde viria a ser conhecido como Muhammad Ali, boxeador da categoria peso-pesado. Um homem que “flutuava como uma borboleta e picava como uma abelha”, como ele mesmo dizia.
Ali foi um pugilista que dançava à frente dos seus oponentes, aguentava rounds após rounds os socos dos adversários e ainda gritava desafios aos racistas. Campeão olímpico em 1960, conquistou seu primeiro título mundial em 1964, mesmo ano em que se converteu ao islamismo e adotou o nome de Muhammad Ali.
Aos 18 anos, ainda como Cassius, dava mostras de duas das suas maiores características: o jogo de pernas que parecia dança e a consciência social. Com o primeiro, chegou ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Olímpicos de Roma.
Com o segundo se desfez do símbolo do seu primeiro título por conta de um ato racista. Mesmo recebido com festa em sua cidade, não foi atendido num restaurante só por ser negro. Em sinal de protesto atirou a medalha olímpica de ouro no Rio Ohio.
A mesma consciência social o fez perder os títulos e o tirou dos ringues por três anos. O ano era 1967, e os EUA se envolviam cada vez mais na Guerra do Vietnã. Chamado a se apresentar ao Exército para embarcar para o país asiático, Ali se recusou. Sua explicação foi clara e desagradou aos brancos americanos:
– Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, por que eu deveria lutar contra eles?
Ali é considerado o rei do boxe mundial. O Pelé dos ringues. O ex-pugilista teve a doença de Parkinson, diagnosticada no início da década de 1980.
Ele entrou para os ringues quase que por acaso, aos 12 anos, quando teve uma bicicleta nova roubada. Na ocasião, ele conheceu o policial Joe Martin.
Furioso, o garoto Cassius disse a Martin que acabaria com o ladrão se o encontrasse. O policial disse que o ensinaria a lutar antes.
Clay aceitou e começou a treinar regularmente na academia de Martin.
Frases marcantes
“Cassius Clay é um nome escravo. Eu não escolhi isso. Eu sou Muhammad Ali, um nome livre. Exijo que as pessoas me chamem desta forma.”
“Boxe é um esporte que muitos brancos assistem a dois negros se baterem até o fim.”
“O homem que vê o mundo aos 50 anos do mesmo modo como via aos 20 perdeu 30 anos de sua vida”
“Campeões não são feitos dentro de academias. Campeões são feitos de algo que eles têm profundamente dentro de si — um desejo, um sonho, uma visão.”
“É a falta de fé que faz as pessoas terem medo de desafios, e eu acredito em mim mesmo”
“É apenas um trabalho. A grama cresce, os pássaros voam, as ondas acabam na areia. Eu bato nas pessoas.”
Esse texto faz parte da iniciativa de manter o projeto Democracia Fútbol Club na ativa.
Queremos ir atrás de histórias de jogadores e técnicos, times e clubes, torcedores e torcidas.
Afinal, como disse o técnico uruguaio Óscar Tabárez, o futebol é uma excelente desculpa para falarmos de outros assuntos.